Digoxina é um medicamento utilizado para tratar problemas cardíacos, como insuficiência cardíaca.
O que é?
Este fármaco é usado para tratar insuficiência cardíaca congestiva quando o problema dominante é a disfunção sistólica. Nesse caso, o benefício terapêutico é maior nos pacientes com dilatação ventricular.
É também é indicada especificamente quando a insuficiência cardíaca é acompanhada de fibrilação atrial. Também é indicada no tratamento de certas arritmias supraventriculares, particularmente fibrilação ou flutter atrial crônicos.
Existem outros nomes para a Digoxina?
Este medicamento pode ser encontrado sob a forma genérica ou através dos nomes comerciais a seguir:
- Cardcor;
- Neo Digoxin;
- Digobal;
- Digox;
- Digoxina – FURP.
Quais as formas de tomar?
Posologia
A dose deve ser ajustada individualmente, de acordo com idade, peso corporal e função renal. As doses sugeridas devem ser interpretadas somente como diretriz inicial.
Controle
A concentração sérica deve ser expressa em nanogramas/mililitro (ng/mL) ou nanomols/litro (nmol/L). Para converter ng/mL em nmol/L, multiplicar ng/mL por 1,28. As concentrações séricas podem ser determinadas por radioimunoensaio. Deve-se colher amostras de sangue a cada 6 horas ou mais após a última dose.
Não há diretrizes rígidas sobre a faixa de concentração sérica mais eficaz. Várias análises post hoc de pacientes com insuficiência cardíaca do estudo Digitalis Investigation Group sugerem que a concentração sérica ideal pode ser de 0,5 ng/mL (0,64 nmol/L) a 1,0 ng/mL (1,28 nmol/L).
A toxicidade está mais comumente associada a concentrações séricas da droga superiores a 2 ng/mL. Entretanto, a intoxicação pode ocorrer com concentrações séricas menores. Quando é preciso decidir se as causas dos sintomas de determinado paciente se devem ou não ao uso deste medicamento, há fatores importantes a considerar, como o estado clínico, os níveis séricos de potássio e a função da tireoide.
Outros glicosídeos, inclusive metabólito, podem interferir nas análises disponíveis, e se deve sempre ter cuidado com valores que não pareçam corresponder ao estado clínico do paciente.
Adultos e crianças com mais de 10 anos
- Dose de ataque rápido
Caso seja clinicamente apropriado, pode-se obter uma rápida digitalização de várias maneiras, como no exemplo a seguir: 750 a 1.500 μg (0,75 a 1,5 mg) em dose única.
Quando houver menor urgência ou maior risco de toxicidade, como no caso de pacientes idosos, deve-se dividir a dose oral de ataque em intervalos de 6 horas, sendo a primeira dose aproximadamente a metade da dose total.
A resposta clínica deve ser avaliada antes da administração de cada dose adicional
- Dose de ataque lento
Em alguns pacientes, como aqueles que apresentam insuficiência cardíaca moderada, a digitalização pode ser alcançada mais lentamente com doses diárias de 250 a 750 μg (0,25 a 0,75 mg), durante uma semana, seguidas da dose de manutenção apropriada. Deve haver resposta clínica em uma semana.
Nota: a escolha entre uma dose de ataque rápido ou lento depende do estado clínico do paciente e da urgência da condição.
Dose de manutenção
Nota: a fórmula apresentada a seguir, baseada no clearance de creatinina, não deve ser usada para crianças.
A dose de manutenção deve basear-se no percentual de reserva corporal máxima perdida a cada dia pela eliminação. A fórmula detalhada a seguir tem tido amplo uso clínico.
- Dose de manutenção
Reserva corporal máxima máxima x % de perda diária / 100. Em que: Reserva corporal máxima = dose de ataque.
Perda diária (%) = 14 + clearance de creatinina (Ccr) / 5.
Ccr é o clearance de creatinina corrigido para 70 kg de peso corporal ou 1,73 m2 de área de superfície corporal.
Se apenas as concentrações de creatinina sérica (Scr) estão disponíveis, o Ccr (corrigido para o peso corporal de 70 kg) pode ser estimado para os homens como: Ccr = (140 – idade)/[Scr (em mg/100 mL)].
Nota: quando os valores de creatinina sérica são obtidos em μmol/L, podem ser convertidos para mg/100 mL (mg%) como segue: Scr (mg/100 mL) = [Scr (μmol/L) x 113,12]/10.000 = Scr (μmol/L)/88,4. Em que: 113,12 é o peso molecular da creatinina.
Para as mulheres, esse resultado deve ser multiplicado por 0,85.
Na prática, isso significa que a maior parte dos pacientes com insuficiência cardíaca tomará doses de manutenção diárias de 125 a 250 μg (0,125 a 0,25 mg); entretanto, para aqueles que demonstrarem aumento da sensibilidade aos eventos adversos dessa droga, uma dose diária de 62,5 μg (0,0625 mg), ou menor, pode ser suficiente. Por outro lado, alguns pacientes talvez precisem de uma dose maior.
- Pacientes idosos
Entre os idosos, há a tendência de ocorrência de distúrbios da função renal e de diminuição da massa corporal, o que influencia a farmacocinética do medicamento em destaque de tal forma que níveis altos desse fármaco no plasma podem rapidamente causar intoxicação. É possível evitar isso com a redução das doses usualmente administradas a adultos. Os níveis séricos devem ser checados regularmente para evitar hipocalemia.
Causa efeitos colaterais?
A Digoxina pode causar alguns efeitos colaterais, os mais comuns são:
- Transtornos do SNC;
- Vertigem;
- Distúrbios visuais (visão turva ou amarelada);
- Arritmia;
- Transtornos de condução;
- Bigeminismo;
- Trigeminismo;
- Prolongamento do intervalo PR;
- Bradicardia sinusal;
- Náusea;
- Vômito;
- Diarreia;
- Rash cutâneo urticariforme ou escarlatiniforme (que pode ser acompanhado de eosinofilia pronunciada).
Pode usar durante a gravidez?
O uso de deste fármaco na gravidez não é contraindicado, embora a dose adequada possa ser menos previsível nas gestantes do que em mulheres não grávidas, uma vez que algumas gestantes necessitam de dose mais alta. Como ocorre com todas as drogas, deve-se considerar o uso apenas se os benefícios clínicos esperados do tratamento da mãe superarem qualquer possível risco para o feto.
Embora este medicamento seja excretado no leite materno, as quantidades são mínimas, e, por isso, a amamentação não é contraindicada.
Quem não pode tomar?
Quem não pode fazer uso da Digoxina são pacientes com:
- Presença de bloqueio cardíaco completo intermitente ou bloqueio atrioventricular de segundo grau, especialmente se houver história de síndrome de Stokes-Adams;
- Arritmias causadas por intoxicação por glicosídeos cardíacos;
- Arritmias supraventriculares associadas a uma via atrioventricular acessória, como na síndrome de Wolff-Parkinson-White, a menos que as características eletrofisiológicas da via acessória tenham sido avaliadas. Se a via acessória for conhecida ou se houver suspeita de sua existência, e não houver histórico de arritmias supraventriculares anteriores, este medicamento será contraindicado da mesma forma;
- Taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular;
- Cardiomiopatia obstrutiva hipertrófica, a menos que haja fibrilação atrial e insuficiência cardíaca concomitantes, mas, mesmo nesse caso, deve ser utilizada com cautela;
- Com alergia conhecida a Digoxina ou a outros glicosídeos digitálicos.