Guerra: pode ser prejudicial à saúde antes mesmo de acontecer

A possibilidade da ocorrência de uma 3ª guerra Mundial se tornou real desde quando foi confirmado o ataque que provocou a morte do general iraniano Qasem Soleimani (principal líder militar do exército). O clima entre os Estados Unidos da América e o Irã (principalmente) tornou-se tenso devido a suposição do ocorrido ser um precedente e estopim de um conflito ou guerra (ao menos entre estas duas nações)
Neste conteúdo, serão abordados assuntos em relação a morte do general iraniano, o clima de tensão entre EUA e o Irã, o acordo nuclear do qual o governo iraniano deixou de cumprir e as aplicações e riscos da utilização do urânio.

A morte do general Qasem Suleimani e a troca de ameaças

O general Soleimani foi assassinado em uma quinta-feira, no dia 2 de janeiro de 2020, após um bombardeamento aéreo de drones, que foi ordenado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em Bagdá, na capital do Iraque.
Em nota oficial, o Departamento de Defesa dos EUA – o Pentágono -, expressou que o general Soleimani era o principal líder, e diretamente responsável por inúmeras mortes de norte americanos no Oriente Médio. No comunicado, o pentágono ainda afirmou que o principal objetivo da ação, que levou a morte do general, era deter diversos planos e futuras ações que os iranianos estavam para pôr em prática, sendo assim de carácter preventivo.  
Após a confirmação da morte de Soleimani, diversos líderes do Irã se pronunciaram dando dizeres sobre “vingança” contra os EUA. Provocado por estes discursos e pronunciamentos, o presidente Donald Trump, ameaçou atacar 52 alvos no país caso algum americano fosse atingido em um ataque. 
Em seguida a troca de ameaças, o mundo se voltou às duas nações com um olhar cauteloso por haver da possibilidade da ocorrência de uma nova guerra

O acordo nuclear do Irã em 2015

Em julho de 2015, um acordo nuclear com o Irã foi selado, depois de quase 20 meses de negociações, entre a nação islâmica do Irã e um grupo de potências mundiais, que fora liderado pelos EUA.
O grupo nomeado de “P5 + 1” – que diz respeito aos cinco países membros do Conselho de Segurança da ONU, juntamente da Alemanha (o +1) – concordou em encerrar com sanções ligadas ao programa nuclear do Irã, em troca do seu desmonte.
O pacto entrou em vigor em outubro de 2015, e foi aplicado em janeiro de 2016, depois que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) constatou que o programa nuclear iraniano tinha finalidades pacíficas.
Este tratado permitiu ao Irã continuar com o desenvolvimento do seu programa nuclear. Porém, a finalidade do mesmo deveria ter cunho comercial, médico e/ou industrial, e conforme os padrões internacionais de não proliferação de material bélico atômico. Sendo assim, o acordo se aplicaria apenas e exclusivamente ao programa nuclear, o que não incluí programas de mísseis balísticos, de abusos dos direitos humanos e apoio a quaisquer organizações terroristas.
Quando o acordo foi assinado em 2015, a agência de inteligência dos EUA estimava que o Irã estivesse a quase três meses de produzir materiais capazes de sustentar uma reação em cadeia para uma bomba atômica. Contudo, com o selamento do acordo, os caminhos para o Irã desenvolver uma arma nuclear foram desmantelados.

O rompimento do acordo nuclear de 2015

Em 2018, os EUA sob a liderança do presidente Donald Trump, anunciou que iria se retirar do acordo nuclear assinado em 2015, e reestabeleceria novamente sanções contra o Irã, assim como as empresas internacionais que fossem realizar (ou continuar realizando) negócios com o país islâmico
Após essa saída unilateral, os estadunidenses impuseram as sanções imediatamente para os novos contratos, e um prazo de 90 a 180 dias para que multinacionais abandonassem suas atividades no Irã. 
Em contraponto aos norte americanos, os outros países que assinaram o tratado nuclear em 2015 (França, Alemanha e Reino Unido) afirmaram a execução do acordo e a preservação dos benefícios econômicos com o Irã. 

Irã começa a descumprir o acordo nuclear de 2015

Em 2019, os EUA iniciou um processo mais rigoroso em relação às sanções impostas ao Irã. Isto fez com que o país do Oriente Médio começasse a tomar providências, culminando com descumprimento dos seus compromissos com o acordo nuclear de 2015. 
Como resposta às consideradas falhas dos outros países (principalmente dos EUA) em cumprir com o tratado, o Irã tomou cinco medidas que o fizeram quebrar com os seus compromissos. 
As medidas tomadas pelo Irã, em ordem cronológica, foram:

  • 1 de julho de 2019: parou de seguir limites quanto aos seus estoques de urânio enriquecido e água pesada;
  • 7 de julho de 2019: iniciou o processo de enriquecimento de urânio a uma concentração de 4,5% para poder fornecer combustível à usina Bushehr — além do limite anteriormente estabelecido no acordo, de 3,67%;
  • 6 de setembro de 2019: deixou de seguir quaisquer restrições quanto à pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de centrifugação, instalando centrífugas mais avançadas em suas usinas nucleares;
  • 5 de novembro de 2019: voltou a enriquecer urânio na usina subterrânea de Fordo;
  • 5 de janeiro de 2020: parou de seguir qualquer restrição quanto ao número de centrífugas em operação.

Em relação a esta última medida, o Irã esclareceu as autoridades internacionais que não haveria mais qualquer restrição a seu programa de enriquecimento de urânio e que as suas operações seriam “conduzidas de acordo suas necessidades técnicas de agora em diante”.

O Irã planeja produzir uma bomba nuclear visando futuramente entrar em guerra?

O Irã declarou que nunca tentou desenvolver uma arma nuclear.
A comunidade internacional, no entanto, não acredita nesta afirmação e se baseia em evidências compiladas pela AIEA, que apontam que, até 2003, o país do Oriente Médio realizou “uma série de atividades relacionadas ao desenvolvimento de um artefato explosivo nuclear”. Segundo a organização, algumas dessas ações continuaram até 2009. 
Tendo essas informações em vista, os olhares do mundo todo se voltam ao Irã assim que houve o anunciamento de descumprição dos textos do tratado nuclear de 2015, levantando a hipótese de que o país islâmico poderia estar produzindo uma arma nuclear sem o conhecimento de outros países.  

Urânio em minerais, suas aplicações e quais são seus riscos 

O urânio é um minério comum, podendo ser encontrado em toda a crosta terrestre. Supões-se que esse elemento seja proveniente do decaimento de elementos com números superiores ao do urânio, e que existiam em nosso planeta há milhares de anos. O urânio é encontrado na natureza, em minerais como: 

  • Uraninita; 
  • Zeunerita; 
  • Torbenita; 
  • Pechblenda; 
  • Carnotita; 
  • Autunita.

Aplicações e utilizações do urânio

Quando ainda não havia sido descoberta a radioatividade do urânio, suas aplicações eram poucas. Os sais de urânio eram utilizados para a fotografia e para a produção de cerâmicas especiais, no geral. 
Foi apenas após uma pesquisa realizada pelos alemães Fritz Strassman e Otto Hahne, que descobriu-se o maior uso do elemento, a fissão nuclear do átomo do urânio. A fissão, nada mais é que a separação do núcleo de um átomo do elemento, que libera uma grande quantidade de energia, e que se estiver descontrolada pode ser altamente explosiva. 
Essa energia explosiva que é liberada, é basicamente o que conhecemos como a bomba nuclear e o reator nuclear. 
Foi apenas após a descoberta dos alemães, que nós seres humanos pudemos nos utilizar de uma das suas principais aplicações, que é a geração de energia nuclear. Para isso ocorrer, são utilizados os isótopos (U-234, U-235 e U-238). Além destas aplicações, o urânio também pode ser utilizado com a finalidade de propulsão de submarinos, sondas espaciais e navios de guerra.

Uso militar do urânio 

Para uso militar, o urânio enriquecido e empobrecido pode ser utilizado para a criação de armas nucleares, como a bomba atômica. A primeira vez que uma bomba atômica foi utilizada em um conflito ocorreu durante a 2ª Guerra Mundial, quando o avião bombardeiro Enola Gay (dos EUA) atacou a cidade de Hiroshima, no Japão. 
O impacto da fissão nuclear foi tão grande, que foi originado um pequeno sol, espalhando um clarão por toda cidade e uma onda de energia e calor de imensa magnitude. Esta bomba atômica foi responsável pela destruição quase que completa da cidade de Hiroshima, além de causar 80 mil mortes imediatas das pessoas que estavam no local.

Riscos da utilização do urânio

Além da criação e utilização de armas nucleares em uma guerra ou conflito, o urânio também pode ser associado a riscos, como: 

  • Complicações à saúde: podendo causar dor de cabeça, vômito, queimaduras, diarreias, náuseas, câncer e deficiências congênitas se exposto a qualquer ser vivo, pelo tato ou por inalação;
  • Impactos ambientais: alteração da qualidade do ar, contaminação dos mananciais subterrâneos, aquecimento do mar e deposição de diversas partículas (tanto comuns como radioativas) sobre a vegetação, atingindo todo o ecossistema;

Risco de contaminação derivada de acidentes e vazamentos.

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