Podemos caracterizar a febre é um aumento temporário da temperatura do corpo, muitas vezes devido alguma doença ou alteração no organismo. Essa condição nada mais é do que um fenômeno de defesa do organismo ao sofrer qualquer tipo de agressão. Tem como função, através do aumento da temperatura, melhorar o tempo de resposta das células do organismo para destruir os invasores,que geralmente são vírus e bactérias.
Estar com estado febril é um sinal de que algo fora do normal está acontecendo em seu corpo e isto pode ocorrer em qualquer indivíduo, adulto ou criança. Na grande maioria das vezes, através deste processo que os invasores são eliminados antes de provocarem outros prejuízos ao nosso organismo.
O que é a febre?
É uma reação orgânica primitiva com múltiplas aplicações contra um mal comum, interpretada pelo meio médico como um simples sinal.
A reação descrita como um aumento na temperatura corporal nos seres humanos para níveis até 37,8 °C Celsius chama-se estado febril; ao passar dessa temperatura, já pode ser caracterizado como febre e é um mecanismo adaptativo próprio dos seres vivos. Este sintoma é uma reação do corpo contra patógenos com várias utilidades:
- Estimula a proliferação de linfócitos;
- Aumenta a atividade de macrófagos;
- Reduz o efeito de algumas endotoxinas termossensíveis;
- Reduz a atividade dos patógenos que crescem melhor a temperatura ambiente.
Causas
É um sintoma comum e frequente de muitas condições médicas, tais como:
- Doença infecciosas: virose, infecção bacteriana, protozoonose, micose sistêmica;
- Doenças inflamações: artrites, sinovite, meningite, doenças inflamatórias intestinais;
- Doenças imunológicas: artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, sarcoidose, doença de Kawasaki, doença de Still, granulomatose com poliangiite, hepatite autoimune, policondrite recidivante;
- Destruição de tecidos: hemólise, cirurgia, infarto, esmagamento, rabdomiólise, AVC;
- Transtornos da coagulação: Coágulos sanguíneos, trombose, coagulopatia de consumo;
- Câncer: câncer de rim, leucemia e linfomas;
- Doenças metabólicas: gota, porfiria, doença de Fabry;
- Efeito colateral a medicamentos: Antibióticos, procainamida, isoniazida, metildopa, quinidina, difenilhidantoína, Vacina DPT, vacina contra pneumococo;
- Reação a transplantes incompatíveis.
Por vezes, a causa não pode ser identificada. Se o paciente é adulto e tem uma temperatura corporal de 38,3°C ou mais durante três semanas e o médico não é capaz de encontrar a causa após extensa avaliação, o diagnóstico pode ser febre de origem desconhecida.
Nesses casos, a causa pode ser uma infecção crônica pouco comum ou algo diferente, como uma doença do tecido conjuntivo ou câncer.
Há também fatores de risco que tornam alguns mais vulneráveis à sofrer esse incômodo do que outros, como:
- O estado de saúde da pessoa;
- A idade da pessoa;
- Uso de certos medicamentos e realização de procedimentos médicos
- Exposição a infecções (em viagens ou após contato com insetos ou pessoas infectadas, por exemplo).
Quais os tipos de febre?
Geralmente, nós podemos classificar a febre conforme sua temperatura, sendo:
- Baixa intensidade: entre 37,8 a 38 °C;
- Moderada intensidade: entre 38 a 39 °C;
- Alta intensidade: quando apresenta mais de 39 °C.
É preciso ficar atento à temperatura, pois quando ela ultrapassa os 41,7 °C, pode causar desnaturação de proteínas e enzimas, além de danos significativos aos neurônios – com grandes riscos de afetar a meninge, e essa fase nós denominamos como hipertermia maligna.
Como nossa temperatura normal, a febre também oscila conforme o decorrer do dia. Caso esse padrão não ocorra, a temperatura alta do corpo pode ser por conta de insolação – uma condição bastante séria que necessita cuidado – causada por exposição ao sol e desidratação.
Já que falamos das altas temperaturas, também devemos destacar os valores normais, sendo elas:
- Axilar: entre 35,5 a 37,3 °C.
- Bucal: 36 a 37,4 °C;
- Retal: 36 a 37,8 °C.
Quando a temperatura retal está maior que a axilar em valores acima de 1 °C, isso pode indicar um processo inflamatório abdominal baixo ou pélvico.
Existe utilidade para a febre?
Você sabia que, teoricamente, a febre também pode auxiliar as defesas do nosso organismo? Isso porque ocorrem algumas reações imunológicas importantes, que são aceleradas pela temperatura – sendo que alguns patógenos podem ser prejudicados por conta da alta temperatura.
Entretanto, não podemos esquecer que temperaturas elevadas podem ser prejudiciais quando não tratadas corretamente.
A febre pode ter uma função importante em processos de cura como:
- Diminuição dos efeitos das endotoxinas;
- Aumento da mobilidade dos leucócitos;
- Elevando a eficiência dos leucócitos;
- Elevando a proliferação das células T.
Dicas importantes
Separamos algumas dicas importantes que podem ajudar a combater essa condição, como:
- Tome banhos gelados! Eles ajudam a estabilizar a temperatura;
- Não tome bebidas ou coma alimentos muito quentes;
- Se hidrate! Água (gelada ou natural, de preferência) ajuda a estabilizar a temperatura corporal;
- Evite usar roupas quentes, pois elas podem aumentar a temperatura corporal e piorar o estado febril;
- Evite usar cobertores e edredons, principalmente se forem muito grossos, pois assim como as roupas, eles também aumentam a temperatura corporal e podem piorar o quadro;
- Evite praticar esportes enquanto estiver em estado febril, pois movimento em excesso também aumenta a temperatura corporal.
- Repouso é essencial! Assim o corpo se recupera e o quadro febril pode estabilizar.
Qual o tratamento adequado?
Como pode ter diversas causas, de modo que o tratamento varia de acordo com o diagnóstico estabelecido pelo médico.
Por isso, somente um especialista capacitado pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. No geral, os tratamentos mais comuns para estado febril incluem medicamentos como paracetamol, anti-inflamatórios não-esteroides e naproxeno.
(ATENÇÃO: Crianças e adolescentes não devem tomar ácido acetilsalicílico (conhecida comercialmente como Aspirina), uma vez que o consumo pode aumentar o risco de uma condição chamada síndrome de Reye.