Quantas vezes você sentiu aquela dorzinha de cabeça chata, garganta arranhando e recorreu a um remedinho escondido no armário ou aceitou sugestão de um parente ou amigo da hora de se medicar?
Pois bem, saiba que essa prática é mais comum do que se imagina e apesar de parecer inofensiva, pode ser prejudicial à saúde, além de perigosa.
Como surgiram os medicamentos, quais os tipos que existem e de que forma eles nos ajudam?
Os registros de uso de medicações são mais antigos do que imaginamos, visto que, desde o período Paleolítico ou idade da pedra lascada, em 2.100 a.C, há registro do uso de plantas e substâncias de origem animal para fins curativos.
Avançamos bastante desde então, e hoje os medicamentos são fabricados utilizando substâncias naturais e sintéticas, com os mais diversos objetivos.
Já suas classificações, podem variar de acordo com a ação química de cada um, veja:
- Profiláticas: Possuem ação preventiva, agindo contra doenças, como o exemplo das vacinas;
- Curativa: Possuem ação de cura de doenças, como por exemplo os antibióticos;
- Paliativa: Possuem ação de conforto, diminuindo sinais ou sintomas da doença, mas sem ação curativa, como é o caso dos analgésicos e antitérmicos;
- Diagnóstica: Possuem ação diagnóstica, auxiliando na realização de exames de radiografia, a exemplo dos contrastes;
- Local ou Tópicos: Possuem ação no local onde foi aplicado, podendo ser curativo ou de conforto, como o caso de pomadas;
- Sistêmicos: Possuem ação após ingestão via oral ou injetados, agindo por todo o corpo, tendo diferentes finalidades, como curativa, de conforto ou preventiva;
Agora que você já sabe como os remédios são feitos, vamos falar um pouco sobre como o uso de medicamentos de forma consciente pode te beneficiar.
De acordo com a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) em conjunto com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a administração de medicamentos deve ser apropriada a necessidade de cada indivíduo, na dosagem certa e a um custo baixo.
O seu uso deve ser feito de acordo com o período e dosagens corretas, prescritas por profissionais de saúde, com conhecimento e formação específicas, como médicos, dentistas e farmacêuticos.
Ainda de acordo com a OMS, 35% dos brasileiros tomam remédio por conta própria ou indicação de terceiros, enquanto 27%, já apresentaram casos de intoxicação por má administração.
Pensando nisso, trouxemos uma de nossas Enfermeiras Pessoais Vitta, a Camila Soares, para falar com mais propriedade sobre o tema. Acompanhe a nossa reportagem:
(Vitta) 1- Qual a importância de respeitar o tratamento indicado pelo médico?
(C.S): Infelizmente, sem a noção de que a dose/posologia recomendada vai de encontro com as comorbidades apresentadas, peso corporal, interação medicamentosa, histórico pregresso entre outros. Não seguir o tratamento recomendado põe em risco a sua saúde.
(Vitta) 2- Quais os perigos quando o paciente toma remédio por conta própria?
(C.S): Pode haver interação medicamentosa, intoxicação por uso excessivo, dependência medicamentosa, mascaramento de doenças mais graves por erro de diagnóstico ou mesmo ineficácia do tratamento.
(Vitta) 3- Quando o paciente para com a medicação sem a indicação do profissional de saúde, quais os riscos?
(C.S): O tratamento pode se tornar ineficaz, ex: O TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada), na maioria das vezes precisa de tratamento a longo prazo, para que futuramente gere o efeito desejado. Já o tratamento com antibiótico, é um outro exemplo, caso seja interrompido pode criar bactérias multirresistentes e ter um controle mais difícil, mesmo com altas dosagens.
(Vitta) 4- Quando um amigo, parente ou vizinho receita um medicamento. Quais os riscos?
(C.S): Cada corpo é único e quando não respeitada a singularidade e histórico de saúde de cada um, pode gerar uma série de problemas. O paciente pode ser alérgico, pode sobrecarregar o fígado (exemplo: Azitromicina na era do COVID-19) ou até gerar um outro problema de saúde.
(Vitta) 5- De que maneira nossos enfermeiros pessoais auxiliam quanto ao uso de medicação?
(C.S): Aqui na Vitta, informamos sobre a posologia, possíveis efeitos colaterais, riscos para a saúde e para o tratamento e se pode ou não ser administrado com certos tipos de alimentos e demais medicamentos já em uso.
(Vitta) 6- Vivemos numa era, em que tudo se pergunta ao Google, como vocês lidam com paciente que já chega com pré-diagnóstico da internet?
(C.S): Infelizmente não conseguimos evitar, hoje em dia o paciente já chega com o diagnóstico em mente.
Precisamos filtrar! Jamais diminuir a dor ou ignorar, precisamos relatar, mas quem dará o diagnóstico é o médico. É um problema muito grande, pois o Google sempre te dá os piores prognósticos e fotos (quando se trata de sintomas de pele, por exemplo), o paciente já chega assustado e às vezes é algo super simples.
Viu só?! Nem sempre o que parece é!
O uso de medicamentos com um diagnóstico correto e acompanhamento de possíveis efeitos colaterais, podem te ajudar a ter mais conforto ou mesmo a cura de alguma doença.
No dia 5 de maio, é o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. Faça juz a data, procure seu médico de confiança ao sinal de qualquer dor ou desconforto.
Além disso, o dia pede racionalização do início ao fim da administração de medicamentos, respeite as recomendações médicas, leia a bula, armazene de forma correta e realize um descarte consciente em postos de saúde ou farmácias próximas a você!
Aqui na Vitta, nossos profissionais de saúde buscam através do acolhimento, análise histórica de outras doenças e informações complementares, trazer a liberdade que só uma saúde com qualidade pode te proporcionar.