Mesmo nos dias de hoje, muitas pessoas andam com a mesma dúvida: HIV tem cura? A resposta, infelizmente, é não. Mas apesar disso, há tratamentos que fazem com que as pessoas infectadas consigam viver normalmente mesmo com a doença.
O que é?
O HIV é um vírus da imunodeficiência humana – causador da AIDS que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Por conta de uma alteração de células chamadas linfócitos T CD4+, é que o HIV faz cópias de si mesmo, multiplicando-se e rompendo os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
Em questões biológicas, a doença em destaque é um retrovírus, que possui um período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, de infecções das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune.
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a AIDS. Existem diversos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Entretanto, eles ainda podem transmitir o vírus a outras pessoas durante relações sexuais desprotegidas, compartilhamento inadequado de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação – quando não tomam as medidas de prevenção.
Sendo assim, é fundamental fazer o teste e se proteger em todas as situações!
Transmissão
Após o questionamento de “HIV tem cura?” o próximo a ser muito perguntado é: mas se eu beijar alguém com HIV, eu fico contaminado? Não! O vírus só é transmitido em situações em que há:
· Sexo vaginal sem camisinha;
· Sexo oral sem camisinha;
· Sexo anal sem camisinha;
· De mãe infectada para o filho – durante a gravidez, parto e amamentação;
· Transfusão de sangue contaminado;
· Instrumentos que furam ou cortam que não foram esterilizados;
· Uso de seringas compartilhadas.
E para desmistificar diversos tabus referentes ao HIV, separamos uma pequena lista de ações que não transmite o vírus, entre elas estão:
· Sexo com o uso correto de camisinha;
· Beijo no rosto ou na boca;
· Masturbação a dois;
· Suor e lágrimas;
· Aperto de mão;
· Abraço;
· Talheres e copos;
· Uso de sabonete, toalhas e lençóis;
· Piscina;
· Banheiro;
· Pelo ar;
· Picada de inseto.
As pessoas que convivem com essa doença não são contagiosas, todos esses atos listados acima são completamente seguros. Não viva entre o tabu!
Por que usar camisinha?
A camisinha (ou preservativo) é o único método anticoncepcional que também previne da infecção pelo HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) diferentemente de outros métodos
Existem dois tipos de camisinha: a masculina, que é feita de látex e deve ser colocada no pênis ereto antes da penetração; e a feminina, que é feita de látex ou borracha nitrílica e é usada internamente na vagina, podendo ser colocada algumas horas antes da relação sexual, não sendo necessário aguardar a ereção do pênis.
E antes que pergunte se HIV tem cura, procure se proteger e evitar riscos de pegar essa condição e outras doenças sexualmente transmissíveis!
Tratamento
HIV tem cura? Ainda não, mas há tratamentos!
Os medicamentos recomendados para o tratamento são chamados de antirretrovirais – que surgiram em 1980. Eles conseguem inibir a multiplicação do HIV, evitando o enfraquecimento do sistema imunológico.
Sendo assim, o uso regular desses medicamentos é fundamental para garantir o controle da doença e prevenir a evolução para a AIDS. A boa adesão à terapia antirretroviral (TARV) traz grandes benefícios individuais – como o aumento da disposição, da energia e do apetite, ampliando a expectativa de vida e o não desenvolvimento de doenças oportunistas.
Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente pelo SUS todos os medicamentos antirretrovirais. E desde 2013, o SUS garante tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV (PVHIV), independentemente da carga viral.
Entretanto, com tantos avanços na medicina, algum dia vão perguntar: mas o HIV tem cura? E a resposta será sim!
Sistema imunológico
O sistema imunológico é complexo – composto por milhões de celular de diferentes tipos e funções, responsáveis pela defesa do organismo e por manter o corpo funcionando corretamente, livre de doenças. Nosso organismo reage diariamente aos ataques de vírus, bactérias e outros organismos, e é por conta do sistema imunológico que não adoecemos com tanta facilidade!
O HIV consegue ligar-se a um componente da membrana da célula chamada linfócito T-CD4+, penetrando no seu interior para se multiplicar. Por conta disso, o sistema de defesa vai aos poucos perdendo a capacidade de responder adequadamente, tornando o corpo mais vulnerável a outras condições. Quando o organismo não tem mais forças para combater esses agentes externos, a pessoa começar a ficar doente mais facilmente, e é nessa fase que denominamos a AIDS no organismo.
É sempre importante ressaltar que todas as pessoas diagnosticadas com HIV têm o direito de iniciar o tratamento com antirretrovirais imediatamente – poupando o seu sistema imunológico. O conjunto de medicamentos recomendados, que chamamos de coquetel, impedem que o vírus se replique dentro das células T-CD4+ e evitam que a imunidade caia e que a aids apareça.
Diagnóstico
Se você passou por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, faça o teste! O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, temos exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo SUS, nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).
Os exames podem ser feitos de forma anônima. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, para facilitar a correta interpretação do resultado. Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde – ligando 136.
Fazer os testes com regularidade, buscando um tratamento no tempo certo e seguindo as recomendações propostas pela equipe de saúde, é possível ter uma boa qualidade de vida. Quanto mais rápido for diagnosticado, maior a expectativa de vida de uma pessoa que vive com o vírus.
E vale ressaltar que, as mães que vivem com HIV possuem uma expectativa de 99% de chance de terem filhos sem o vírus se seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto.