Doença de Chagas: o que é, como se transmite e tratamento!

Doença de Chagas é uma inflamação causada por um parasita encontrado em fezes de insetos. Também conhecida como tripanossomíase americana e chaguismo, recebeu esse nome graças ao seu descobridor, o médico brasileiro Carlos Chagas.

O que é?

Doença de Chagas (ou Tripanossomíase americana) é uma doença tropical parasitária causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida principalmente por insetos . Apresenta uma fase aguda (doença de Chagas aguda – DCA) que pode ser sintomática ou não, e uma fase crônica, que pode se manifestar nas formas indeterminada, cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva.

O que causa?

A doença é transmitida pelo Trypanosoma cruzi, um parasita que pode ser encontrado nas fezes de alguns insetos, principalmente um conhecido como barbeiro, e é um dos maiores problemas de saúde na América do Sul, América Central e também do México, porém devido aos intensos fluxos de imigração, a doença também afeta pessoas em outros continentes atualmente.

Como se transmite?

A enfermidade em destaque não é transmitida ao ser humano diretamente pela picada do inseto, ela ocorre quando a pessoa que foi picada pelo inseto coça o local da picada e as fezes eliminadas pelo barbeiro penetram pelo orifício que ali deixou. A transmissão pode também ocorrer por transfusão de sangue contaminado e durante a gravidez, da mãe para filho. 
É possível se contaminar também com a doença a partir da ingestão de alimentos crus e contaminados com fezes do parasita, da transfusão de sangue ou transplantes de órgãos contaminados com a doença, do contato direto com o parasita e com outros animais que estejam infectados. 

Como prevenir?

  • Se você vive ou vai visitar uma área de risco, aposte nos inseticidas e repelentes!
  • Use telas de proteção contra insetos nas janelas!
  • Evite comer caldo de cana e açaí em lugares com alta incidência da doença, pois em alguns casos o parasita pode ter sido moído juntamente com as plantas que dão origem a esses alimentos.

Se você encontrar o inseto na sua casa:

  • Não esmagar, apertar, bater ou danificar o inseto;
  • Proteger a mão com luva ou saco plástico;
  • Os insetos deverão ser acondicionados em recipientes plásticos, com tampa de rosca para evitar a fuga, preferencialmente vivos;

Como sei que estou com a doença?

  • Está com febre?
  • Sente mal-estar?
  • Está com inchaço em algum dos seus olhos?
  • Está com uma picada inchada e vermelha?
  • Se sente cansado sem razão aparente?
  • Está com alguma irritação na pele?
  • Sente dores no corpo e dores de cabeça?
  • Se sente enjoado(a)?
  • Está com diarreia ou vomitando?
  • Reparou no surgimento de algum nódulo sem razão aparente?

Se você apresenta a maioria destes sinais, você pode ter contraído a Doença de Chagas. Os sintomas deste estágio da doença podem desaparecer sozinhos. Se eles persistirem e não forem tratados, a doença pode evoluir para sua fase crônica, mas somente após a fase de remissão. Podem-se passar anos até que outros sintomas apareçam. Quando os sintomas finalmente se desenvolverem, eles podem incluir:

  • Constipação (dificuldade em fazer cocô);
  • Problemas digestivos;
  • Dor no abdômen;
  • Dificuldades para engolir;
  • Batimentos cardíacos irregulares.

Como é feito o diagnóstico?

Na fase aguda da doença, o diagnóstico se baseia na presença de febre prolongada (mais de 7 dias) e outros sinais e sintomas sugestivos da doença, como fraqueza intensa e inchaço no rosto e pernas, e na presença de fatores epidemiológicos compatíveis, como a ocorrência de surtos (identificação entre familiares/contatos).
Já na fase crônica, a suspeita diagnóstica é baseada nos achados clínicos e na história epidemiológica, porém ressalta-se que parte dos casos não apresenta sintomas, devendo ser considerados os seguintes contextos de risco e vulnerabilidade:

  • Ter residido, ou residir, em área com relato de presença de vetor transmissor (inseto barbeiro) ou ainda com reservatórios animais (silvestres ou domésticos) com registro de infecção por T. cruzi;
  • Ter residido ou residir em habitação onde possa ter ocorrido o convívio com vetor transmissor (principalmente casas de estuque, taipa, sapê, pau-a-pique, madeira, entre outros modos de construção que permitam a colonização por insetos);
  • Residir ou ser procedente de área com registro de transmissão ativa de T. cruzi ou com histórico epidemiológico sugestivo da ocorrência da transmissão da doença no passado;
  • Ter realizado transfusão de sangue ou hemocomponentes antes de 1992;
  • Ter familiares ou pessoas do convívio habitual ou rede social que tenham diagnóstico de doença de Chagas, em especial ser filho (a) de mãe com infecção comprovada por T. cruzi.

Como tratar?

O principal objetivo do tratamento é matar o parasita causador, reduzir e aliviar os sintomas. Se aparecerem os sintomas característicos da doença, tanto a fase aguda quanto a crônica necessitarão de tratamento.

Fase aguda:

Alguns medicamentos devidamente prescritos pelo médico podem ajudar. O mesmo não ocorre quando a doença já evoluiu para a fase crônica, em que remédios não bastam para o tratamento, mas podem ser usados por pessoas abaixo dos 50 anos para impedir que a doença progrida.
Outros tratamentos poderão se fazer necessários, dependendo dos sintomas apresentados pelo paciente, como problemas cardiovasculares ou digestivos.
Cerca de 30% das pessoas infectadas que não se tratarem desenvolverão a fase crônica da doença. Pode levar mais de 20 anos desde o momento inicial da infecção até o desenvolvimento de problemas cardíacos ou digestivos características da fase sintomática da doença.

Fase crônica:

Os medicamento utilizados na fase aguda não compensam ser utilizados e o tratamento é direcionado às manifestações da doença a fim de controlar os sintomas e evitar as complicações que a doença desenvolve. 
O uso de marcapassos e medicamentos para arritmias (ritmo irregular dos batimentos cardíacos), como a amiodarona, podem ser muito benéficos para alguns pacientes com acometimento cardíaco crônico, enquanto a cirurgia pode ser necessária no megacólon. Apesar disso, a doença não tem cura nessa fase. 
A doença crônica do coração causada pela doença tem sido, hoje, uma indicação comum de transplante cardíaco. Até recentemente, contudo, a doença era considerada uma contraindicação para esse procedimento, pois acreditava-se que o parasita poderia se aproveitar da imunossupressão após a cirurgia para retomar o acometimento do coração.

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